É de grande importância, para a química forense e a perícia criminal de um modo geral, a utilização de métodos confiáveis e práticos que visem a detecção de drogas em amostras biológicas, uma vez que os crimes envolvendo diferentes tipos de entorpecentes crescem absurdamente na esfera criminal nos tempos atuais. As metodologias para identificação do consumo de drogas ilícitas têm sido desenvolvidas com o auxílio da cromatografia associada a diferentes técnicas espectrais, devido à possibilidade da utilização destas para identificação de pequenas quantidades de inúmeras substâncias em diferentes matrizes (sangue, urina, fluidos orais, cabelo).
Um das drogas mais consumidas, a análise de canabinoides em sangue, é de grande importância para os laboratórios forenses. O tetrahidrocanabinol (THC) é o principal composto ativo da cannabis e os seus metabólitos, THC-OH e THCA, estão entre os mais monitorados como marcadores de consumo dessas drogas.
Um método muito utilizado para a detecção e quantificação desses compostos é a Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massa (GC-MS) a qual tem sido tradicionalmente empregada para a determinação de níveis de traços de canabinoides em amostras biológicas.
Outra droga muito utilizada em nosso país é a cocaína, que constitui o mais importante alcaloide natural extraído de folhas de plantas. Quando é misturada com bicarbonato de sódio, tornando a mistura alcalinizada, origina-se uma massa petrificada marrom amarelada conhecida como Crack. O teste colorimétrico também pode ser utilizado previamente para a detecção rápida de cocaína e é feito a partir de uma solução de tiocianato de cobalto com a adição de ácido clorídrico.
Metodologias analíticas desenvolvidas utilizando cromatografia com fase gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM) associada ao uso da cromatografia gasosa com detector de ionização de chama, também tiveram seu uso reportado em diversos trabalhos, tanto para análise de cocaína como também de heroína e muitos outros opioides.
Para a análise de amostras por cromatografia gasosa, os analitos de interesse devem ser voláteis, termicamente estáveis, capaz de suportar temperaturas elevadas (tipicamente entre 250-350ºC) e serem rapidamente transformados para o estado de vapor sem sofrer degradações ou reações com outros compostos. No entanto, uma alternativa para se analisar por cromatografia gasosa compostos que não cumprem estes critérios é a realização de uma etapa de pré-tratamento da amostra, conhecida como derivatização, que é utilizada no caso de compostos alcaloides. Esta chamada "desvantagem" pode ser considerada pequena se comparada com as diversas vantagens associadas à análise de compostos derivatizados por CG, como maior seletividade, sensibilidade e a possibilidade de identificar e quantificar de numerosas espécies simultaneamente.
Comentários
Postar um comentário