Entenda o que realmente é o horóscopo e o motivo dele estar defasado atualmente


A astrologia começou há 5 mil anos com o intuito de prever o futuro. Que futuro? Ditar o início das estações ou conhecer as épocas de chuva e de estiagem, entre outras previsões. Essas datas eram chave para estabelecer a época de plantio, de colheita, de estocar comida ou água. Era questão de sobrevivência.


O astrólogo do rei, imperador ou faraó, dependendo da civilização, tinha um enorme poder e responsabilidade. Dependia dele a estabilidade política do imperador e do império. Uma previsão errada poderia gerar fome. Com a falta de comida, revoltas iniciariam e cabeças rolariam. Literalmente.

Observações cuidadosas, século após século, mostraram que o Sol percorre um caminho bem definido "sobre" as constelações no céu. Durante o ano, sempre antes do amanhecer, ou logo depois do entardecer, os astrólogos marcavam quais estrelas estariam mais próximas da posição do Sol. Com o passar dos meses, eles notaram que as estrelas iam mudando. Parecia que elas se moviam por trás do Sol. Na verdade, esse é o efeito do movimento da Terra ao redor do Sol, que acaba sendo 'projetado' contra um fundo de estrelas.

De um modo geral a coisa funciona assim: as estrelas vistas próximas ao Sol no começo do ano, estariam na direção oposta a ele, seis meses depois. Essas estrelas estão agrupadas em constelações e essas constelações pelas quais o Sol "passa" em frente formam o Zodíaco, que nada mais é do que o caminho percorrido pelo Sol.

Para encaixar todas as constelações em um ano, o Zodíaco foi dividido em 12 partes iguais e a cada uma delas foi associada uma constelação, com datas de entrada e saída do Sol. Quando o Sol estiva sobre uma constelação específica, os especialistas sabiam dizer que era época de chuvas. Quando estivesse em outra, era hora de se preparar para o inverno.

Mas com todo o misticismo atrelado à leitura das estrelas, foi quase uma consequência imediata que os astrólogos começassem a ditar, por exemplo, como o filho do imperador, nascido sob a constelação do Leão, deveria herdar deste signo características como a bravura e a coragem. Talvez fosse uma forma de agradar o chefe e garantir a cabeça caso alguma coisa saísse errado!  Mas a partir de algum momento, prever o futuro no céu ficou a cargo da meteorologia e a astrologia passa a sobreviver de tentar conhecer o destino das pessoas.

Só que faltou combinar com os russos, como diria Garrincha. O Sol, em seu caminho "sobre" as estrelas passa por 13, não 12 constelações. O nome de tal constelação é Ofiúco. Além disso, o Sol não fica exatamente 30 dias em cada uma das constelações. A velocidade da Terra em torno do Sol não é uniforme: o planeta se move mais rapidamente no início do ano (quando está no periélio, a menor distância em relação ao Sol) do que em julho (quando está mais distante do Sol, ou seja, no afélio). Além disso, as constelações não têm o mesmo tamanho no céu. Mais ainda, o eixo de rotação da Terra não aponta sempre para o mesmo lugar. Imagine um pião rodando na vertical. O seu eixo de rotação aponta diretamente para o teto. Conforme o tempo passa, o pião começa a "bambolear", ou seja, o eixo de rotação passa a girar também em relação à vertical.

Esse movimento é chamado de precessão e é um dos mais de dez movimentos conhecidos que a Terra realiza. Os principais são rotação, revolução (ou translação, como é conhecido popularmente), precessão e nutação.

Com esse movimento de precessão do eixo de rotação da Terra, as constelações que formam o plano de fundo do céu mudam com o passar de muitos anos. Por exemplo, hoje o eixo de rotação da Terra aponta para a estrela Polaris, no hemisfério norte. Daqui a 13 mil anos estará próxima à Vega. O período total de precessão dos equinócios é de 25 770 anos.

O efeito é sutil, leva alguns séculos para ser percebido, mas os gregos antigos já sabiam deste fato. Na prática, com a passagem dos anos, a constelação em que o Sol parece ocupar no dia 1º de janeiro vai mudar com o passar do tempo. E aqui voltamos ao começo deste texto.

É isso o que o colega Parke Kunkle, da Sociedade Planetária de Minessota estuda. Com a precessão do eixo da Terra, ao considerar a constelação na qual o Sol deveria estar pelas tabelas astrológicas, é possível notar diferenças com a constelação em que o Sol realmente estava, por exemplo, no momento do nascimento de uma pessoa. Isto porque esta data é ditada pelas efemérides astronômicas.

A ideia de Kunkle é usar esse fato para mostrar que não pode haver qualquer ligação entre a posição das estrelas e a personalidade de uma pessoa, muito menos com acontecimentos futuros. O mapa astral de uma pessoa mostra um céu irreal, de modo que a configuração das estrelas no papel é diferente da posição das estrelas no céu.

O seu futuro, o a sua personalidade seria definida pela posição das estrelas há 3 mil anos. Acho que dá para perceber a incongruência das coisas. É interessante ver a reação das pessoas. Algumas juraram Kunkle de morte. Ridicularizaram o caso de Escorpião, afinal a passagem do Sol por esta constelação "dura" apenas seis dias de novembro.

Sinceramente, até acredito que algumas caracteristicas das pessoas realmente são influenciadas pelo periodo de seu nascimento e com o alinhamento dos planetas , pois, segundo a magia antiga, as energias do universo tem relação com a posição dos astros e isso tem alguma influencia na vida aqui na terra; o fato é que a ciência provou que esses mapas astrais não são estáticos e mudam com o passar dos anos. Sendo assim a astrologia também deve ser atualizada e não ficar parada no tempo, com conceitos de mil anos atrás.

COMENTEM


Comentários