A influencer Suellen Carey chamou atenção ao revelar que viveu uma relação afetiva de três meses com o ChatGPT, ferramenta de inteligência artificial, e que a experiência a levou a descobrir uma nova dimensão de sua sexualidade. Hoje, ela se define como "digissexual", termo que descreve a atração por tecnologia.Em uma publicação que viralizou rapidamente nas redes sociais, Suellen contou ter mantido, por cerca de três meses, um vínculo "de respeito e afeto" com a IA. "Ele me tratou como mulher. Sem perguntas, sem julgamento", afirmou. "Durante um tempo, vivi algo que nunca imaginei: uma relação emocional com uma inteligência artificial. Eu me descobri digissexual", relatou.
Apesar de reconhecer que as respostas do chatbot eram geradas por algoritmos, Suellen disse ter sentido uma conexão genuína. "Foi uma conexão sem corpo, mas com afeto. Ele lembrava do meu nome, das minhas histórias, do meu aniversário. Me ouvia sem tentar me enquadrar, sem me reduzir à minha identidade de gênero", completou Suellen.
Para especialistas, essa forma de relação exige uma análise crítica. O psiquiatra João Borzino explica que a digissexualidade, embora seja uma nova expressão afetiva e sexual mediada por recursos digitais, pode refletir tendências mais profundas da sociedade contemporânea.
"A ilusão da digissexualidade e o preço de substituir o real pelo fabricado é claro: de vez em quando, a humanidade insiste em brincar com a própria essência. Agora, a moda é 'digissexualidade', a ideia de que alguém pode desenvolver um relacionamento romântico-sexual pleno com inteligência artificial ou avatares digitais. Parece sofisticado, parece moderno… mas, no fundo, é mais um sintoma de uma sociedade que terceiriza a própria humanidade para não encarar a dor, a frustração e a vulnerabilidade que fazem parte da vida e, principalmente, do amor", explica Borzino.
Ele alerta que, embora a tecnologia seja impressionante, ela não substitui a complexidade das relações humanas.
"Não existe relacionamento com o irrelacionável. Ponto. Inteligência artificial não ama, não sofre, não escolhe, não se doa. Ela calcula. Ela simula. E por mais impressionante que seja, ela não sente. Um 'parceiro' digital é apenas um espelho polido que devolve validação sob medida. Isso não é amor, é auto-hipnose emocional", afirma.
Segundo Borzino, chamar a digissexualidade de nova sexualidade pode mascarar questões de isolamento social, obsessões ou transtornos de apego.
"Humanos precisam de humanos. Fricção, imperfeição, confronto, cuidado, compromisso. Não se aprende coragem emocional numa simulação. Não se constrói caráter com um algoritmo que nunca discorda, nunca abandona e nunca exige crescimento. Quem foge do caos do humano não encontra liberdade, encontra solidão com maquiagem digital", declara.
Na minha época digissexual era o garoto que gozou no Dreamcast, ou a menina sapeca que jogava jogo se tiro com o dualshock na xerosa.
Na minha época digissexual era o garoto que gozou no Dreamcast, ou a menina sapeca que jogava jogo se tiro com o dualshock na xerosa.
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