Os teóricos da conspiração atribuem ao Grupo Bilderberg uma série de acusações, que vão desde a criação intencional de crises financeiras até o planejamento para eliminar 80% da população mundial. A longa e enigmática trajetória do grupo ajuda a explicar as duras críticas que enfrenta.
O primeiro encontro ocorreu em 1954, com o objetivo de fortalecer as relações entre os EUA e a Europa e evitar novos conflitos globais após a Segunda Guerra Mundial.
Desde então, tudo o que é discutido nas reuniões permanece em sigilo. Esse padrão se mantém há décadas.
Nenhum jornalista é convidado, não há comunicados à imprensa após os encontros, e a organização possui apenas um site simples, que parece datar da década de 1990. Atualmente, o grupo conta com cerca de 130 líderes políticos de destaque, incluindo figuras influentes dos setores de indústria, finanças, academia e mídia. Entre os participantes americanos estão Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump; Satya Nadella, CEO da Microsoft; Eric Schmidt, ex-presidente do Google; o bilionário Peter Thiel, fundador do PayPal; e o ex-secretário de Estado Henry Kissinger. O grupo possui uma influência significativa que, segundo muitos, supera a do Fórum Econômico Mundial em Davos. E, dada a natureza secreta dos encontros, não é surpreendente que as pessoas estejam preocupadas com seu poder.
Durante o evento, a agenda, que reúne elites políticas de diversas orientações, ocorre em um ambiente descontraído e sofisticado.
De acordo com Kakabadse, o objetivo do Bilderberg é promover um consenso em torno do capitalismo ocidental de livre mercado e seus interesses globais.
“O Grupo Bilderberg sugere a ideia de um governo mundial único? Em certa medida, sim. Existe um movimento forte em prol de um governo global que siga os princípios do capitalismo ocidental de livre mercado”, diz Kakabadse. Mas a questão que persiste é: o Grupo Bilderberg representa apenas uma oportunidade para que membros da elite mundial se comuniquem de maneira aberta e informal, ou, como alegam seus críticos, trata-se de um círculo fechado que busca enfraquecer a democracia global?
Quando Bill Clinton compareceu em 1991, ainda não estava claro se ele seria indicado pelo Partido Democrata para concorrer à Presidência dos Estados Unidos no ano seguinte. Ele acabou ganhando a indicação e as eleições, vencendo George H. W. Bush (1924-2018). Tony Blair foi ao evento em 1993. Ele só se tornaria líder do Partido Trabalhista no ano seguinte, após a morte de John Smith. Três anos depois, Blair foi eleito primeiro-ministro do Reino Unido.
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