A influência dos jogos de videogame na questão da violência


A discussão do momente é a influência dos jogos de videogame, na questão da violência; visto os recentes casos de homicídios ocorridos no exterior e aqui mesmo no Brasil, em que pessoas armadas matam sem motivo aparente e indiscriminadamente e a imprensa como sempre, tenta associar este comportamento aos videogames e todo tipo de entreterimento eletrônico (vide reportagens da globo e da record recentemente).


Pois bem, praticar violência é um comportamento. Não um comportamento simples, como chutar uma bola, mas que depende de vários fatores e é composto de vários aspectos. Se em um dado momento da minha vida, principalmente infância, eu cometi um ato de violência e fui recompensado por isso, eu aprendi a ser violento em um determinado grau. E a chance de praticar novamente o ato aumenta. Se eu não sofrer punição ou as recompensas forem maiores ou melhores do que as punições que eu receber, continuarei sendo violento.
Por exemplo: o menino gosta de uma menina na escola, mas outro garoto da um beijo na boca dela. O menino então da um soco no garoto. Se o menino for punido (castigo, suspensão, etc.), a chance de cometer esse ato novamente é pequeno. No entanto, se o menino conseguir fazer com que o garoto se afaste da menina e não receber nenhum punição (ou minima), a chance de fazer isso num momento semelhante, é grande.

Quando se está jogando videogame, o que queremos é vencer aquela fase, missão, inimigo etc. Queremos passar por aquele desafio. Então, se para isso precisamos matar pessoas (como em GTA), faremos isso, mas para VENCER O JOGO. Percebam que há uma diferença: eu preciso vencer o jogo, então eu mato pessoas no jogo e venço o jogo. Na proxima vez que eu quiser vencer esse jogo, matarei pessoas.

Uma criança que foi criada sobre punição em atos violentos, não vai praticar violência ao ver um jogo, pois ja aprendeu a não ser violento. Uma criança que foi criada sendo reforçada pela violência, não vai sair praticando violência ao ver jogo, mas sim porque aprendeu dessa forma.

Ninguem é influenciado pelo jogo a ser violento, isso não faz sentido. Precisa de um contexto REAL para isso. Ninguem pratica um ato de violencia sem motivo algum (estamos falando de pessoas saudaveis). A pessoa pode até imitar o que se passa em GTA, mas o que influencia o ato, é o seu contexto na realidade, o que levou a pessoa a praticar aquele ato violento. Não ha culpa alguma do jogo nisso. A pessoa é violenta ou precisa de um ato violento REAL, e isso independe do jogo.

É um exemplo minimalista, mas ilustra bem o que quero mostrar. Claro que os fatores são muito mais amplos e muito mais complexo. Agora, a pergunta que poderiam fazer é: e o primeiro desejo de praticar a violência, vem da onde? Certamente não vem de um jogo de videogame e sim da criação e da realidade sócio-econômica que a pessoa vive.



Interessante observar também que desde sempre, filmes, séries televisivas, livros, obras artisticas em geral....todas elas apresentam violência em seu meio e nunca são responsabilizados por isso, apenas os jogos eletronicos levam a má fama.

Será que as traições, brigas, jogos de poder, corrupção, banalização do sexo mostradas diariamente nas novelas da globo, que tem um alcance popular um milhão de vezes maior, não influenciam bem mais do que um simples jogo de videogame? Será que as constantes roubalheiras que acontecem no governo Brasileiro e o exemplo que os politicos de nosso país dão ao seu povo não influenciam bem mais também? mostrando que se for poderoso e rico, pode roubar que nada acontece mesmo !!!!

Acredito que a mídia televisiva sempre ataca os jogos eletrônicos pois atualmente é uma forma de entreterimento que esta em declinio, ao contrario do entreterimento eletrônico que ja fatura mais do que o cinema e está em plena acensão. A realidade é que isso é querer encontrar uma resposta simples para a violência no país e não mostrar ao povo o real problema que é na verdade um total descaso social das nossas autoridades para com o povo, uma educação porca fornecida pelo estado e a total banalização da vida, que é reflexo do capitalismo e o extremo materialismo em que vivemos atualmente.

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